Será realizado nesta semana, entre os dias 7 e 10, em
Brasília, o Fórum Social Temático sobre energia. Ele é um dos mais de 40 Fóruns
temáticos ou regionais que estão sendo promovidos no mundo dentro do processo
permanente do Fórum Social Mundial. E vale lembrar: desde seu nascimento, o
Fórum Social Mundial é espaço de reflexão crítica, de intercâmbio de práticas e
de articulação de ações eficazes para combater o neoliberalismo capitalista e
de ir construindo um Novo Mundo possível e necessário.
Em outras palavras, no Fórum de Brasília as entidades
organizarão livremente iniciativas que colocarão em debate a política
energética do nosso país e definirão o que fazer para que o país mude de rumo,
a partir dessas e outras perguntas: é necessário e bom continuar aumentando a
produção de energia nuclear, mesmo sabendo das ameaças de desastres como o de
Fukushima, no Japão? É necessário e bom aumentar a produção de energia termelétrica,
mesmo sabendo que o petróleo, o carvão e o gás queimados emitem grande
quantidade de gases que aumentam a temperatura da Terra? É necessário e bom
aumentar o número de grandes e pequenas hidrelétricas, mesmo sabendo que elas
mudam as funções dos rios, provocam outros desastres ecológicos e conflitos
sociais? É bom e necessário extrair mais petróleo, e especialmente o do
pré-sal, sabendo que ele é o principal causador do aquecimento que agrava as
mudanças climáticas?
Por outro lado, outras perguntas, buscando saber se existem
e podem ser usadas fontes menos poluentes e ameaçadoras para produzir a energia
que precisamos: por que não se usa o sol, os ventos e a biomassa, como já fazem
outros países? Por que não se promove a energia solar, eólica e de biomassa de
forma descentralizada, perto de quem precisa dela, evitando perdas? Por que não
se diminui a necessidade de energia promovendo e exigindo maior eficiência na
produção, na transmissão e em todos os usos dela? Por que não se promove meios
de transporte de massa e elétricos nas cidades, diminuindo o uso de automóveis?
São muitas as perguntas, será grande o esforço para
encontrar as melhores respostas. Candidatos a presidente e ao governo do
Distrito Federal serão desafiados a tomar posição sobre a melhor política
energética para nosso país. E será lançada a campanha Energia para a Vida, com
o objetivo de mobilizar pressões em favor de uma nova política energética,
assumindo o sol, os ventos e a biomassa como as principais fontes de energia, e
lutando para que a produção seja descentralizada e conte sempre com a
participação das comunidades.
Ivo
Poletto
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