Começou a Campanha da Fraternidade deste ano. Seu tema é
algo muito desafiador: o tráfico de pessoas, e o lema está voltado para a
esperança: "É para a liberdade que Cristo nos Libertou.”
Com certeza, muitas pessoas ficarão
chocadas com os dados sobre o tráfico de pessoas. Mas a realidade, por mais
dura e vergonhosa que seja, é que há empresas e grupos mafiosos mundiais
especializados em compra e venda de pessoas para trabalho escravo, para
prostituição. Mais terrível é dar-se conta que falseiam a adoção de crianças,
tendo como objetivo ganhos com vendas de crianças. O pior de toda esta tragédia
é a prática de sequestro de pessoas, e especialmente de crianças, para venda de
seus órgãos. Tudo somado, este negócio criminoso fatura quase a mesma coisa que
o tráfico de drogas.
Quando a gente examina o que seres
humanos estão fazendo como o planeta, seria injusto dizer que as empresas,
laboratórios e governos que o agridem estão fazendo tráfico de bens naturais e
da energia vital da Terra? O fato é que tudo que se teima continuar fazendo por
amor exclusivo a lucros e mais lucros atinge gravemente e até leva à morte
muitas pessoas e outros seres vivos, e provoca desequilíbrios a toda a
capacidade amorosa da Terra de gerar, renovar e manter a vida.
Será possível compreender o que leva
pessoas humanas a manterem negócios de tráfico de pessoas e negócios que
agridem a vida da Terra e a Terra?
É difícil, mas como se trata de
negócios, temos uma chave de leitura: na civilização capitalista, vale tudo
para fazer negócios que gerem lucros: as própria pessoas e a Terra viram coisas
e são usadas como oportunidades para ganhar mais. As coisas valem mais do que
as pessoas. E há pessoas que tornam o dinheiro, uma coisa, o seu deus.
Por isso tudo, vale a pena aproveitar
bem esse tempo da Campanha da Fraternidade, buscando motivações e energia
divina para libertar-se dessa cultura da civilização capitalista que nos
domina. Cada uma e todas as pessoas valem mais do que qualquer tipo e
quantidade de riqueza; a vida e o ambiente vital da Terra valem mais do que a
riqueza acumulada. Para viver com a liberdade que Cristo nos libertou, devemos
definir o que realmente precisamos para viver com dignidade de pessoas humanas,
respeitando e cuidando da vida na Terra e da Terra. E ao caminharmos nessa
direção, devemos denunciar toda prática de tráfico de pessoas e da vida da
Terra como forma de demonstrarmos nosso amor pelos traficantes, pois estaremos
criando oportunidades para que se humanizem, deixando de praticar crimes hediondos.
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