segunda-feira, 10 de março de 2014

DESERTIFICAÇÃO E DIREITO DE REVOLTA

ATENÇÃO AO ALERTA FINAL: NAS REGIÕES EM QUE AVANÇOU A DESERTIFICAÇÃO E O DRAMA DA ALIMENTAÇÃO AUMENTOU COM A CRISE ESPECULATIVA DE 2008, POPULAÇÕES SE REVOLTARAM, CRIARAM TUMULTOS, E COM TODO O DIREITO. O QUE PRECISA SER FEITO É ATACAR AS CAUSAS DA DESERTIFICAÇÃO E DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS, E NÃO REPRIMIR OS QUE SE REVOLTAM OU MIGRAM REIVINDICANDO O DIREITO DE VIVER COM DIGNIDADE.




IHU, Quinta, 06 de março de 2014
Combate à desertificação é necessário para garantir segurança, diz ONU
Combater a desertificação é necessário também em termos de segurança, alertou na segunda-feira (3) a Organização das Nações Unidas (ONU) no lançamento de um estudo que mostra uma ligação entre a desertificação, as alterações climáticas e as crescentes ameaças à segurança nacional e internacional.
A reportagem foi publicada por Agência Brasil - EBC, 03-03-2014.
O estudo Desertificação: A Linha da Frente Invisível é a primeira iniciativa que destaca essa ligação, segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD).
“Insegurança alimentar, conflitos relacionados com a água, migração, radicalização política e falência do Estado são cada vez mais evidentes em países em que grandes populações pobres, que dependem de terras frágeis ou desertificadas, estão cada vez mais expostas a acontecimentos climáticos extremos”, indica o estudo.
O relatório da UNCCD estima em mais de 1 bilhão o número de pessoas que atualmente não têm acesso à água, prevendo que “a procura vai aumentar 30% até 2030″.

Segundo o relatório, em 2020 cerca de 60 milhões de pessoas poderão deslocar-se das áreas desertificadas da África Subsaariana para o Norte da África e da Europa.

As alterações climáticas provocam acontecimentos climáticos extremos, como secas prolongadas e inundações, afetando “comunidades mais vulneráveis à desertificação”, alertou a secretária executiva da UNCCD, Monique Barbut.

As declarações de Barbut foram divulgadas em uma mensagem de vídeo durante um evento em Maseru, capital do Lesoto, para lançar a campanha global que antecede o Dia Mundial de Combate à Desertificação, em 17 de junho.
Segundo ela, este dia “é uma oportunidade única para lembrar a todos que a degradação dos solos pode ser combatida eficazmente e que existem soluções”.
“A campanha promove uma abordagem baseada nos ecossistemas, para conseguir uma ‘terra à prova de clima’ e garantir a sua produtividade para as gerações presentes e futuras”, segundo o comunicado.
Para o presidente da Global Environment Facility (organização financeira que subsidia projetos relacionados com o meio ambiente), Naoko Ishii, “em nenhum outro lugar no mundo estão as ameaças de desertificação mais intimamente ligadas à segurança alimentar e à estabilidade política e econômica do que nas terras áridas da África”.

O estudo da ONU mostra “uma sobreposição” das regiões em África mais vulneráveis à desertificação e onde aumentaram a temperatura e a seca ao longo dos últimos 40 anos, com as “áreas que registaram alta incidência de ataques terroristas em 2012 e onde ocorreram tumultos provocados pelo aumento do preço dos alimentos em 2007-2008″.

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