IHU, Quinta, 06 de março de 2014
Combate à
desertificação é necessário para garantir segurança, diz ONU
Combater a desertificação é necessário também em termos de segurança,
alertou na segunda-feira (3) a Organização das Nações Unidas
(ONU) no lançamento de um estudo que mostra uma ligação entre a
desertificação, as alterações climáticas e as crescentes ameaças à segurança
nacional e internacional.
A reportagem foi publicada por Agência Brasil - EBC,
03-03-2014.
O estudo Desertificação: A Linha da
Frente Invisível é a primeira iniciativa que destaca essa ligação, segundo a
Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD).
“Insegurança alimentar, conflitos
relacionados com a água, migração, radicalização política e falência do Estado
são cada vez mais evidentes em países em que grandes populações pobres, que
dependem de terras frágeis ou desertificadas, estão cada vez mais expostas a
acontecimentos climáticos extremos”, indica o estudo.
O relatório da UNCCD estima em
mais de 1 bilhão o número de pessoas que atualmente não têm acesso à água, prevendo que “a procura vai
aumentar 30% até 2030″.
Segundo o relatório, em 2020 cerca de 60 milhões de pessoas poderão
deslocar-se das áreas desertificadas da África Subsaariana para
o Norte da África e da Europa.
As alterações climáticas provocam acontecimentos
climáticos extremos, como secas prolongadas e inundações, afetando “comunidades
mais vulneráveis à desertificação”, alertou a secretária executiva da
UNCCD, Monique Barbut.
As declarações de Barbut foram
divulgadas em uma mensagem de vídeo durante um evento em Maseru, capital do
Lesoto, para lançar a campanha global que antecede o Dia Mundial de Combate à Desertificação, em 17 de junho.
Segundo ela, este dia “é uma
oportunidade única para lembrar a todos que a degradação dos solos pode ser
combatida eficazmente e que existem soluções”.
“A campanha promove uma abordagem
baseada nos ecossistemas, para conseguir uma ‘terra à prova de clima’ e
garantir a sua produtividade para as gerações presentes e futuras”, segundo o
comunicado.
Para o presidente da Global Environment Facility (organização
financeira que subsidia projetos relacionados com o meio ambiente), Naoko Ishii, “em nenhum outro lugar no mundo estão as
ameaças de desertificação mais intimamente ligadas à segurança alimentar e à
estabilidade política e econômica do que nas terras áridas da África”.
O estudo da ONU mostra “uma
sobreposição” das regiões em África mais vulneráveis à desertificação e onde
aumentaram a temperatura e a seca ao longo dos últimos 40 anos, com as “áreas
que registaram alta incidência de ataques terroristas em 2012 e onde ocorreram
tumultos provocados pelo aumento do preço dos alimentos em 2007-2008″.
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