mais uma vez reproduzo uma notícia recebida através do portal IHU, e o faço porque os dados publicados sinalizam a que ponto de risco chegamos por causa do tipo de progresso econômico que nos dominou nos últimos 200 anos, e de modo todo especial nas últimas três décadas. Para manter um produtivismo com expansão sem fim, espolia-se a natureza de bens por ela construídos em milhões ou até em bilhões de anos; para manter o produtivismo promove-se um consumismo de mercadorias desnecessárias à saúde e à verdadeira felicidade humana; o produtivismo e o consumismo são estratégias que garantem interesses do capital, cada dia mais concentrado em poucas e poderosas corporações mundiais.
O artigo e os dados revelam uma das realidades criadas por esse tipo de progresso irresponsável: "as camadas de gelo acumuladas nos últimos 1,6 mil anos levaram apenas 25 anos para derreter". Pessoas, povos, junto com rios e toda a biodiversidade da região andina estão ameaçados de falta de água; na verdade, toda a região amazônica está ameaçada também. E isso por causa do aumento da velocidade do mercado mundializado, por causa da imposição de lucros e mais lucros para meia dúzia de senhores do mundo, por causa da submissão da vida aos interesses do capital financeiro.
É preciso entrar em acordos urgentes e mudar de rota, ou é preciso que os povos exijam mudanças estruturais profundas já. Sem isso, o que acontecerá às próximas gerações, ou até mesmo à próxima geração?!
Pense nisso ao ler o que segue: que posso fazer para apressar as mudanças que a Terra exige com urgência?
Pesquisadores afirmam que camadas de gelo acumuladas nos
últimos 1,6 mil anos levaram apenas 25 anos para derreter, representando
uma ameaça para o suprimento de recursos hídricos da região. Um estudo realizado
pela Universidade Estadual de Ohio revelou no último mês que o nível
das geleiras andinas é o menor já atingindo nos últimos seis mil anos.
A reportagem é de Jéssica Lipinski e publicada pelo Instituto CarbonoBrasil, 08-04-2013.
A nova pesquisa, realizada na geleira Quelccaya, no Peru, analisou amostras de plantas que ficaram presas no gelo por milhares de anos. Os cientistas concluíram que o derretimento da geleira, que causou a exposição das plantas, tem aproximadamente 6,3 mil anos.
Segundo os pesquisadores, isso demonstra que o clima na Terra vem mudando nos últimos seis milênios, aquecendo lentamente. “Se em qualquer momento dos últimos seis mil anos essas plantas tivessem sido expostas por qualquer período de cinco anos, elas teriam se deteriorado. Isso nos diz que a camada de gelo tinha que estar lá há seis mil anos”, comentou Lonnie G. Thompson, glaciologista da Universidade Estadual de Ohio, ao New York Times.
O estudo mostra que o clima começou a mudar mais rapidamente a partir do século XVIII. Os pesquisadores, inclusive, acreditam que as transformações possam ter contribuído para a escassez de alimentos, o que, por sua vez, pode ter sua parte em conflitos ocorridos na época, como a Revolução Francesa. “Onde há interrupção de alimentos, há más notícias para qualquer governo”, explicou Thompson em uma entrevista.
Mas o que os cientistas também descobriram é que as camadas de gelo acumuladas nos últimos 1,6 mil anos levaram apenas 25 anos para derreter, indicando que, nos último quarto de século, o aquecimento das temperaturas está ocorrendo em um ritmo ainda mais acelerado. Para eles, isso sugere a participação cada vez maior da ação humana no clima do planeta.
Atualmente, estudiosos já se mostram preocupados com a rapidez no derretimento das geleiras andinas, já que elas são a principal fonte hídrica das comunidades que habitam os Andes e região, além de alimentarem boa parte dos rios que nascem no local. “Isso pode não ser tão rápido porque há muito gelo, mas podemos já estar presos a uma situação na qual estamos comprometidos a perder aquele gelo”, observou Mathias Vuille, cientista climático da Universidade Estadual de Nova York.
Pioneirismo
A análise é pioneira na área porque traz novas informações muito mais precisas sobre variabilidade climática, que podem ajudar pesquisadores do mundo inteiro em seus estudos sobre as atuais mudanças do clima e o papel do homem no fenômeno.
Através da análise de isótopos de oxigênio e hidrogênio no gelo, os estudiosos puderam descobrir a temperatura do período em que as camadas de gelo foram formadas, confirmando índices anteriores que já haviam sido registrados em outras geleiras, como as do Himalaia, no Tibete.
“Esses núcleos de gelo fornecem o maior registro de gelo tropical, e com maior resolução, até agora. Na verdade, depois de ter perfurado núcleos de gelo nos trópicos por mais de 30 anos, sabemos agora que esse é o registro de gelo tropical de mais alta resolução que provavelmente já foi recuperado”, concluiu Thompson.
“Fomos capazes de obter informações para as temperaturas de superfície do mar que remontam a muito antes de os humanos serem capazes de fazer tais medições, e muito antes de os humanos começarem a afetar o clima da Terra”, acrescentou o glaciologista.
A reportagem é de Jéssica Lipinski e publicada pelo Instituto CarbonoBrasil, 08-04-2013.
A nova pesquisa, realizada na geleira Quelccaya, no Peru, analisou amostras de plantas que ficaram presas no gelo por milhares de anos. Os cientistas concluíram que o derretimento da geleira, que causou a exposição das plantas, tem aproximadamente 6,3 mil anos.
Segundo os pesquisadores, isso demonstra que o clima na Terra vem mudando nos últimos seis milênios, aquecendo lentamente. “Se em qualquer momento dos últimos seis mil anos essas plantas tivessem sido expostas por qualquer período de cinco anos, elas teriam se deteriorado. Isso nos diz que a camada de gelo tinha que estar lá há seis mil anos”, comentou Lonnie G. Thompson, glaciologista da Universidade Estadual de Ohio, ao New York Times.
O estudo mostra que o clima começou a mudar mais rapidamente a partir do século XVIII. Os pesquisadores, inclusive, acreditam que as transformações possam ter contribuído para a escassez de alimentos, o que, por sua vez, pode ter sua parte em conflitos ocorridos na época, como a Revolução Francesa. “Onde há interrupção de alimentos, há más notícias para qualquer governo”, explicou Thompson em uma entrevista.
Mas o que os cientistas também descobriram é que as camadas de gelo acumuladas nos últimos 1,6 mil anos levaram apenas 25 anos para derreter, indicando que, nos último quarto de século, o aquecimento das temperaturas está ocorrendo em um ritmo ainda mais acelerado. Para eles, isso sugere a participação cada vez maior da ação humana no clima do planeta.
Atualmente, estudiosos já se mostram preocupados com a rapidez no derretimento das geleiras andinas, já que elas são a principal fonte hídrica das comunidades que habitam os Andes e região, além de alimentarem boa parte dos rios que nascem no local. “Isso pode não ser tão rápido porque há muito gelo, mas podemos já estar presos a uma situação na qual estamos comprometidos a perder aquele gelo”, observou Mathias Vuille, cientista climático da Universidade Estadual de Nova York.
Pioneirismo
A análise é pioneira na área porque traz novas informações muito mais precisas sobre variabilidade climática, que podem ajudar pesquisadores do mundo inteiro em seus estudos sobre as atuais mudanças do clima e o papel do homem no fenômeno.
Através da análise de isótopos de oxigênio e hidrogênio no gelo, os estudiosos puderam descobrir a temperatura do período em que as camadas de gelo foram formadas, confirmando índices anteriores que já haviam sido registrados em outras geleiras, como as do Himalaia, no Tibete.
“Esses núcleos de gelo fornecem o maior registro de gelo tropical, e com maior resolução, até agora. Na verdade, depois de ter perfurado núcleos de gelo nos trópicos por mais de 30 anos, sabemos agora que esse é o registro de gelo tropical de mais alta resolução que provavelmente já foi recuperado”, concluiu Thompson.
“Fomos capazes de obter informações para as temperaturas de superfície do mar que remontam a muito antes de os humanos serem capazes de fazer tais medições, e muito antes de os humanos começarem a afetar o clima da Terra”, acrescentou o glaciologista.
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