segunda-feira, 15 de outubro de 2012

BOLÍVIA PROMULGA LEI DA MÃE TERRA


Para o Equador, os direitos da Terra estão reconhecidos e garantidos na Constituição. Agora, também a Bolívia reconhece e garante estes direitos por meio de uma Lei. 

O que nos cabe desejar é que estes direitos sejam realmente garantidos, pois só com a Terra em equilíbrio os seres humanos e demais seres vivos terão condição de continuar vivendo.

Por outro lado, desejo que saboreiem a notícia motivados pela seguinte notícia: quando o Brasil assumirá este caminho de direitos da Terra em vista do Bem Viver?
Adital - 15.10.12 - Bolívia
O presidente boliviano, Evo Morales, promulgou hoje a lei da Mãe Terra e do desenvolvimento integral para viver bem, a qual tem como objetivo buscar o desenvolvimento integral em harmonia e equilíbrio com a natureza. Morales ressaltou que se não se preservar a natureza, Mãe Terra, Pachamama, o ambiente ou como for chamada, se não for cuidada, não haverá vida.

A nova legislação garante a continuação de geração dos componentes e sistemas de vida da Mãe Terra, ao passo que recupera e fortalece os saberes locais e conhecimentos ancestrais.

Segundo o mandatário, os bolivianos devem pensar em trabalhar para viver bem, não para ficarem ricos, e sim para ter o que necessitam. Explicou que o debate principal está em como preservar a Mãe Terra, tanto interna como externamente.

Por outro lado, o vice-presidente boliviano Álvaro García Linera argumentou que a nova legislação introduz os conceitos ancestrais de preservar a natureza porque é um ser vivo.

Esta lei introduz a concepção indígena ancestral da natureza como ser vivo, no qual os seres humanos são uma criatura a mais, e não podemos maltratar a natureza porque é mais importante do que nós, por isso tem direito à vida.

O também presidente da Assembleia Legislativa agregou que é uma bonita lei que nasceu das organizações sociais e reflete o modo de pensar e viver das nações primitivas, para converter em lei dos/as bolivianos e bolivianas.

García Linera recordou que atualmente existem interesses capitalistas que supostamente querem defender a natureza, mas, na realidade, o que objetivam é ganhar dinheiro com suas estratégias.

Falou sobre o chamado capitalismo verde e destacou que muitos parques nacionais na Bolívia e na América Latina estão protegidos por empresas que recebem dinheiro para implementar tais políticas. Eles tomaram nossa floresta, é outra forma de colonialismo, e queremos nos tornar guardiões da floresta, destacou.

Ele acrescentou que no Território Indígena e Parque Nacional Isiboro-Secure (Tipnis) aconteceu isso, que grupos ou Organizações Não Governamentais supostamente protetores do ambiente tomam o estado e a quem quer que entre ali, mas, na realidade, o que fazem é ganhar dinheiro, esse é o chamado capitalismo verde, retrucou.

Nossa lei nos diz para viver em equilíbrio e complementaridade com a natureza; vamos cuidar das florestas e da amazônica, mas para nós mesmos, não para os estrangeiros, apontou.

O vice-presidente disse que a nova lei declara o direito a usar os recursos, mas sem esbanjar, que as comunidades satisfaçam suas necessidades básicas sem destruir o meio ambiente. Produção com preservação e planificação integral e participativa, esses são aspectos fundamentais da legislação, agregou García Linera.
A notícia é da Prensa Latina

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