ClimaInfo, 21 de novembro de 2018
BRASIL PERDEU
UM REINO UNIDO DE FLORESTAS PARA AS LINHAS DE TRANSMISSÃO DA AMAZÔNIA
Uma conta quase nunca feita, e muito menos divulgada, mostra que
a área ocupada pelas linhas de transmissão que cortam a Amazônia é simplesmente
o dobro da área inundada por todas as hidrelétricas da região.
Nos últimos
tempos, as hidrelétricas construídas são do tipo fio d’água, sem grandes
reservatórios, para reduzir o tamanho do impacto ambiental.
Já as linhas de
transmissão só dependem da capacidade máxima de geração das usinas e não de
quanta energia é efetivamente transmitida.
Belo Monte gera menos da metade do
que suas turbinas poderiam gerar porque não tem água suficiente durante todo
o ano. Mas a linha de transmissão de Belo Monte é dimensionada para o pico de
geração da usina.
O desmatamento para construir as linhas acaba sendo grande,
bem grande. São quase 40 mil km de linhas de transmissão cruzando a Amazônia.
O trabalho publicado na Nature mostra as linhas existentes para as quais
estima uma área de impacto direto (corte da floresta para a instalação das
torres e a passagem dos cabos), e uma de impacto indireto, (área relativa às
rodovias na região). Enquanto os reservatórios de todas as hidrelétricas da
região inundam mais de 12.000 km2, a área
direta das linhas de transmissão chega a quase 24.000 km2, a qual,
somada à área impactada indiretamente, chega ao valor astronômico de quase
250.000 km2.
O país perdeu um Reino Unido de florestas para passar os fios
elétricos.
https://doi.org/10.1016/j.
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