ACOLHAMOS E TORNEMOS NOSSAS AS REFLEXÕES E ORIENTAÇÕES DA CÁRITAS BRASILEIRA.
Esperança, resistência e solidariedade diante da COVID´19
Para quem vive o mandamento do amor Cáritas,
sempre é tempo de cuidar. (Texto Base CF 2020 nº 122)
sempre é tempo de cuidar. (Texto Base CF 2020 nº 122)
Neste tempo de incertezas, diante do apelo mundial de ficar em casa e cuidar se, no s, Cáritas Brasileira, queremos trazer uma palavra de esperança e de solidariedade. Todas as pessoas esta o em risco, mas na o podemos esquecer que, antes da pandemia, muitos irma os e irma s ja se encontravam em situaça o de extrema vulnerabilidade social. Falamos de migrantes e refugiados em todas as partes do mundo, de modo particular, aquelas pessoas que esta o chegando no Brasil. Estamos falando das populaço es em situaça o de rua para quem o apelo “fique em casa” pode ate parecer um insulto. Estamos falando de catadores e catadoras que ja vivem em situaça o degradante ha tempos. Sa o milhares de pessoas e, mesmo assim, invisí veis. Sa o seres humanos que, para o sistema econo mico capitalismo neoliberal, na o contam.
Na o podemos nos calar perante a irresponsabilidade de agentes públicos, do Governo Federal, de empresários e de formadores de opinião que minimizam a pandemia por estarem mais preocupados com seus lucros e seu poder do que com a vida das pessoas. Na o podemos compactuar com leituras fundamentalistas da Palavra de Deus que interpretam os fatos como castigo divino. E preciso ter consciência crítica e voltar a atenção para o que diz a ciência, a partir dos sinais que o planeta Terra já expressa: aquecimento global, mudanças climáticas, desertificação, variações nos ciclos das águas... São desequilíbrios que causam várias consequências na vida.
Neste momento, e fundamental na o entrar em pânico, na o ceder a tentação do desânimo e da desesperança. Mais do que nunca, a Rede Cáritas e a sociedade brasileira são chamadas a praticar a solidariedade transformadora, que esclarece, acolhe, conforta e caminha junto com os mais vulneráveis e empobrecidos. Na o se trata apenas de ficar em casa, mas ser presença segura e solidária junto a quem mais necessita, cuidando do corpo, da sau de mental e do equilíbrio espiritual. Sairemos dessa situação mais fortes e conscientes. Em sua mensagem, o Presidente da Caritas Internacional, Cardeal Tagle diz o seguinte: “De uma emergência que atinge todas as pessoas (pandemia) esperamos ver uma emergência pandêmica de cura, compaixão e amor. Uma crise de emergência que surge inesperadamente só pode ser enfrentada com uma idêntica ‘erupção’ de esperança. A difusão pandêmica de um vírus deve produzir um ‘contágio’ pandêmico de caridade”.
Precisamos reinventar, usar criatividade, aprender de experiências que ja esta o sendo feitas, formar uma corrente de solidariedade em que a informação correta seja um dos remédios mais eficazes. Para isso, incentivamos:
EM RELAÇÃO À REDE CÁRITAS
Adoção de medidas de segurança e proteção, evitando viagens, reuniões de massa, aplicando os protocolos e normas das entidades de saúde e da Organização Mundial de Saúde.
Oferecer orientações de segurança para agentes liberados e voluntários,
especialmente para quem trabalha no campo com migrantes, catadores e
população de rua.
Identificação rápida das emergências e busca de ações integradas com as
entidades e organizações parceiras.
Criar grupos de reflexão, de diálogo, trocas de informação e solidariedade, por
meio das plataformas digitais.
Criar um canal de diálogo com a imprensa, especialmente, as redes católicas
para promover a unidade e fortalecer os cuidados.
Oferecer roteiros de celebrações em família e momentos orantes que animem a
esperança e o compromisso na defesa da vida.
EM RELAÇÃO AO PODER PÚBLICO
Pressionar governos municipais e estaduais, através de moções e abaixo
assinados virtuais, a adotarem medidas emergenciais para o atendimento da
população que for contaminada.
Monitorar os serviços ofertados pela gestão municipal e estadual, com
participação cidadã responsável.
Pressionar os poderes executivo, legislativo e judiciário para adotarem medidas
de proteção dos direitos trabalhistas frente à crise econômica que se instaura; e
a incidência na renda básica de emergência para quem não tem salário
garantido, contemplando trabalhadores informais, cuidadoras e domésticas.
Exigir que o Poder Executivo Federal a liberação imediata dos recursos
contingenciados para a Assistência Social; e a imediata revogação da PEC 95,
que criou o teto de investimentos em políticas públicas.
EM RELAÇÃO ÀS POPULAÇÕES MAIS VULNERÁVEIS
Diálogo e ação solidária com o Movimento de População em Situação de Rua,
com atenção aos migrantes.
Sensibilização permanente da população sobre os cuidados com a saúde e as
possíveis ações solidárias.
Manter diálogo permanente com profissionais da saúde e contribuir no cuidado
das populações mais vulneráveis.
Apoiar campanhas de doação de alimentos não perecíveis e itens de higiene
pessoal, respeitando as orientações de cuidados dos órgãos públicos de saúde.
Dar a orientação e o suporte necessário a pessoas e a grupos que saem às ruas
para doar alimentos, álcool em gel, máscaras e roupas.
Como discípulas e discípulos missionários de Cristo, possamos produzir frutos na
caridade, para a vida do mundo. E que a Ma e Aparecida nos ajude a caminhar sempre
na esperança da libertação.
Brasília, 30 de março de 2020
Presidência da Cáritas Brasileira
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