É VIÁVEL A CONTINUIDADE DA VIDA DA HUMANIDADE NA TERRA?
A TERRA, A SEU MODO, E COM TODA TRANSPARÊNCIA ESTÁ DIZENDO QUE NÃO.
CartaCapital - 21 de janeiro de 2020
Segundo relatório da Oxfam, este enorme abismo é consequência de um sistema econômico falido e sexista
Em
2019, os 2.153 bilionários que havia no mundo tinham mais dinheiro do
que 60% da população do planeta, denuncia a ONG Oxfam em um relatório
publicado sexta segunda-feira (20), e destaca a concentração da riqueza
em detrimento, sobretudo as mulheres, primeiras vítimas da
desigualdade.
“Este enorme abismo é consequência de um sistema econômico falido e sexista, que valoriza mais a riqueza de uma elite privilegiada, em sua maioria, homens”, destaca a ONG.
O ano de 2019 também foi marcado por movimentos de protestos em todo o mundo, do Chile ao Oriente Médio, passando pela França.
“Os governos de todo o mundo devem tomar medidas urgentes para construir uma economia mais humana e feminista, que valorize o que realmente importa para a sociedade”, aponta a Oxfam, que propõe entre outras medidas a implantação de “um modelo fiscal progressivo no qual também se taxe a riqueza”.
Segundo cifras da ONG, com base em dados publicados pela revista Forbes e o banco Crédit Suisse — mas cuja metodologia foi criticada por alguns economistas -, 2.153 pessoas têm agora mais dinheiro do que os 4,6 bilhões de pessoas mais pobres do planeta.
Por outro lado, a fortuna do 1% mais rico do mundo corresponde a mais que o dobro da riqueza acumulada dos 6,9 bilhões de pessoas menos ricas, ou seja, 92% da população do planeta.
“As mulheres estão na primeira fila das desigualdades devido a um sistema econômico que as discrimina e as aprisiona nos ofícios mais precários e menos remunerados, a começar pelo setor de cuidados”, afirmou Pauline Leclère, porta-voz da Oxfam France, citada em um comunicado.
Segundo cálculos da Oxfam, 42% das mulheres no mundo não conseguem ter um trabalho remunerado devido à carga grande demais de trabalho com cuidados nos âmbitos privado ou familiar contra apenas 6% dos homens.
Apesar de que cuidar dos demais, cozinhar ou limpar sejam tarefas essenciais, “a pesada e desigual responsabilidade do trabalho de cuidados que recai nas mulheres perpetua tanto as desigualdades econômicas quanto a desigualdade de gênero”, diz a ONG.
A Oxfam estima o valor monetário do trabalho de cuidados não remunerado das mulheres com mais de 15 anos em 10,8 trilhões de dólares a cada ano.
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/bilionarios-sao-mais-ricos-do-que-60-da-populacao-mundial-diz-ong/?utm_campaign=novo_layout_newsletter_-_21012020&utm_medium=email&utm_source=RD+Station
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