terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

ÁGUA E ENERGIA, ALEGRIA NO SERTÃO



ALEGRIA, ALEGRIA

É costume dizer que carnaval é tempo de alegria. E é bom desejar que essa alegria gere energia para enfrentar os desafios da vida de 2018. Basta ver quanto estão gastando o governo federal e empresários para comprar o voto dos deputados e senadores em favor de uma reforma da Previdência assentada sobre a mentira de que está falida, quando, na verdade, o que ela objetiva é aumentar as chances dos donos do capital financeiro enriquecerem ainda mais com o crescimento da previdência privada. Isso nos coloca o desafio de trabalhar para que os políticos que aprovarem esta reforma da Previdência, e que já aprovaram a reforma trabalhista, que é outro monstrengo gerador de miséria e insegurança, não sejam reeleitos em outubro deste ano. Sem isso, a alegria de carnaval não passa de loucura.

Mas falemos de alegria, hoje. Da alegria que vi nos rostos das amigas e amigos que encontrei em Patos, na Paraíba, quando dão notícias das chuvas que estão caindo na Caatinga semiárida. Mesmo não sendo ainda chuva geral, elas estão sendo motivo de intensa alegria e de agradecimento a Deus e à Terra, porque são esperança de que finalmente, depois de quase sete anos, o sertão nordestino tenha um inverno bom, cobrindo de verde os solos e abençoando os plantios, gerando fartura.

Falemos também da alegria das pessoas, famílias e comunidades que já estão produzindo energia solar fotovoltaica, biogás e até lâmpadas led através do projeto Semiárido Solar, apoiado pela Misereor, da Igreja Católica da Alemanha, e dos intensos trabalhos do Comitê de Energia Renovável do Semiárido, CERSA, reforçados por outros recursos, especialmente da Fundação Socioambiental CASA. O Seminário sobre Mudanças Climáticas e Justiça Social, realizado em Patos, comprovou que a região está em processo positivo de transformação. Até as comunidades já afetadas e as que serão atingidas por novos grandes parques eólicos e por fazendas solares estão sendo mobilizadas para não se deixarem envolver pelas falsas promessas, defenderem sua terra e sua forma de vida e exigirem seus direitos.

Falemos, ainda, da alegria das comunidades da primeira paróquia solar já existente em Sousa, e das que serão envolvidas no processo de evangelização e educação popular através do projeto Igreja Solar. De fato, as dioceses da região estão se dando conta que será exemplo importante animarem a solarização de igrejas e espaços comunitários nessa região que luta para que o mesmo sol que castiga seja o sol que dá vida.
             
Ivo Poletto, do Fórum MCJS   

Para Rádio, ouça em: https://mail.google.com/mail/u/0/#label/FM+CLIMATICAS/1618a4833bad20f2?projector=1&messagePartId=0.2

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