quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A REVOLUÇÃO DOS TELHADOS



A população do Brasil já passou dos 200 milhões. Segundo o Censo do IBGE de 2010, existem quase 50 milhões de casas e pouco mais de 6 milhões são apartamentos. Além dos telhados casas, há os telhados das grandes construções, como hospitais, universidades, escolas, prédios públicos, empresas, igrejas, clubes...

Pois bem, o que se está chamando Revolução dos Telhados é a decisão política de promover a produção de energia solar e eólica nos telhados. Em vez de continuar promovendo grandes empresas para produzirem energia em grandes usinas, passa-se a produzir energia na casa ou prédio de quem precisa dela. Como? 
Instalando nos telhados painéis com células fotovoltaicas, que transformam os raios de sol em energia elétrica. Como é produzida em corrente contínua, usa-se um conversor para que a energia se torne alternada e possa ser conectada à rede de distribuição já existente. Com isso, cada família, escola, hospital, prédio público, igreja, empresa etc. passa a ser produtor de energia, e não apenas consumidor. E pode produzir menos ou mais do que usa, pagando pelo que falta ou tendo um crédito com o que sobra, o excedente.

Primeiro ponto da revolução: pessoas e comunidades que produzem energia se tornam mais autônomas. Com isso, a energia vai deixando de ser simples mercadoria, passando a ser um bem de todos, como deveria ser toda a energia. E na medida que aumenta esse tipo de produção, já não se precisa construir grandes unidades centralizadas de energia, estragando rios, queimando fontes fósseis, armando ameaças com energia nuclear.

Por outro lado, como toda esta nova produção pode estar ligada à rede pública, durante o dia as hidrelétricas existentes poderão diminuir seu ritmo, gastando menos água, enchendo os lagos, conservando energia para quando for necessária, no período da noite, por exemplo.

Para que cada tipo de energia – solar, eólica, de biomassa – se some ao que já se produz, basta instalar uma rede inteligente, que interligue e acione as fontes conforme a necessidade. Com isso, basta ter presente o quanto de energia se pode produzir com sol e ventos para concluir que não serão mais necessárias usinas termelétricas e nucleares, que contaminam muito e geram ameaças, e nem novas grandes ou pequenas hidrelétricas.  

Para que a produção descentralizada de energia se firme, é necessário que os recursos públicos sejam aplicados com prioridade em favor dela, seja diminuindo impostos sobre os componentes necessários, seja criando fundos de incentivo. Sem isso, os preços continuarão altos e nós deixaremos de relacionar-nos de forma inteligente com a energia que o sol e os ventos nos oferecem gratuitamente.

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